POESIAS –PESSOAS, CONTATOS, TRABALHOS 06
AMIGO!
(15/03/15)
C-166
Amigo, eu vou te falar
como é bom saber viver,
sem muito querer,
sem muito sonhar,
respeitar o envelhecer!
Esta floresta que me cerca
fala-me do amor de alguém que a fez,
faz-me permanecer sempre alerta
de agradecer, vez por vez!
Com Cristo unidos venceremos
o caminhar de nossa vida!
Com ele sempre viveremos
a esperança nunca perdida!
Mais uma coisa eu te digo:
encontre sempre em teu coração
o necessitado, um abrigo,
o solitário, um amigo,
e todo o mundo, uma oração!
AS PESSOAS E O SACRÁRIO
(15/03/15)
C-167
Estas pessoas que me cercam
nas ruas frias da cidade,
nem sempre erram,
nem sempre acertam,
são todas elas frutos da sociedade.
Eu me coloco no meio delas,
e me esforço por acertar!
São frutas feias, são frutas belas,
as que eu tenho no meu pomar!
Num só instante, se eu paro e penso,
sou apertado, atropelado,
e o horror se torna intenso,
sei que não posso ficar parado!
Sou multidão! Não posso pensar!
Quando sozinho, numa capela,
finalmente posso eu ficar,
a tênue luz da arandela
convida-me insistente a rezar.
Ali no sacrário meu coração para,
o mundo se esquece de girar!
O meu amor por ti, Senhor, dispara,
como é saudável poder te amar!
O PADRE TRAPALHÃO
(09/04/15)
C-170
Aquele padre é bondoso,
paciente e dedicado,
mas muitas vezes, nervoso,
fica muito atrapalhado.
Certo dia, tarde fria,
o lugar todo lotado,
aspergiu (benzeu) o povo, com alegria,
mas com o microfone,
que ficou ensopado!
Aconteceu noutro dia
que ao aspergir (benzer) a multidão,
do asperges, a bola de metal,
despregou-se com o safanão,
acertou a cabeça de um cristão,
num “tiro” quase letal!
Noutro dia,
na sacristia da capela
uma piada contou,
na igreja todos a ouviram,
pois o padre não desligou
o microfone da lapela!
Na confissão dormiu,
e o pecador, nada ouvindo,
dali saiu,
achando-se perdoado,
deixando o padre dormindo sossegado,
após haver confessado
que roubara, no passado,
o pilão da chácara vizinha.
Uma penitente chegou,
e, se ajoelhando, contou
que vivia tão sozinha,
pois seu marido, alguém lhe roubou.
O padre, acordando assustado,
então lhe perguntou:
“Era velho o pilão roubado”?
O RETRATO NA PAREDE
(11/04/15)
C-172
Eu caminhava. Uma vila, parei.
Sol a pino. Uma capela,
casas simples, vielas.
Um cemitério antigo,
sem muros, abandonado,
um telhado amigo
no túmulo em forma de abrigo,
que do sol me protegeu.
Entrei, me acolhi,
deitei no chão, fiquei grato!
Foi então que na parede vi
de um velho casal, o retrato.
Pose. Orgulho. Vaidade!
Narizes “empinados”.
Sob o quadro se lia: “Saudade”.
Um coveiro, cara de cansado,
passou. Parou. “Por bondade,
quem são os dois desse quadro?”
Não tinha ideia, não sabia.
Mesmo aparentando riqueza,
nada sobre eles havia,
nem feiura, nem beleza,
só a inscrição, na lousa fria.
Eu fazia um dia de deserto.
Naquele retrato, “ganhei meu dia!”
Caxias do Sul, bairro incerto.
Era a mensagem que eu queria!
Quantos risos, quantas lágrimas!
Quantas brigas, discussões!
Filhos, netos, tantas lástimas,
quantas lutas e ilusões!
Depois de uma vida assim,
de apegos, de vaidade, de fome, de sede,
previ o que restará de mim:
apenas um retrato na parede!
MINHA NOVA CHEFE
(ou: “Que cafezinho gostoso!”)
(12/04/15)
C-173
Sempre atenta, sempre amiga,
longe de qualquer intriga,
me honra com um cafezinho!
Embora chefe do “pedaço”,
não faz estardalhaço,
me trata com carinho!
Eu, faxineiro, “pé-de-chinelo”,
não tenho outro anelo
que o de trabalhar “sem espinhos”!
O cafezinho me esquenta,
me anima e me contenta,
não me deixa ficar mesquinho!
Sempre humilde e sorridente,
a chefinha, sempre presente,
não sai desse caminho!
Sem orgulho e sem vaidade,
sempre cheia de bondade,
ô abençoado cafezinho!
AS PEDRAS DO CAMINHO
(06/05/15)
C-181
As pedras do caminho
distraem minha atenção;
mesmo andando sozinho
partilho meu coração
São vozes que clamam,
que pedem por socorro.
São pessoas que me chamam,
por elas eu recorro!
São pedras em meu caminho,
com que faço a construção
do meu futuro cantinho
no reino da salvação!
O caminho do céu é pedregoso,
exige toda a atenção!
O do egoísmo é até gostoso,
mas nos leva à perdição!
Comentários
Postar um comentário