POESIAS - ESPERANÇA, ENVELHECIMENTO 05
COCHILO
16/03/14
G-90
O meu corpo, cansado,
já não segue a minha mente.
De tudo enfarado,
por menor que seja,
qualquer peso sente.
Um cochilo gostoso,
em qualquer lugar eu tiro!
Basta encostar-me,
disso nem guardo sigilo!
Eu espero o dia,
talvez num dia de inverno,
em que o meu gostoso cochilo
se torne eterno!
INSTANTES
22/03/14
G-91
Instantes que passam
e não voltam a mim!
Instantes perdidos
pesadelo ruim!
Instantes se juntam
produzindo o amanhã...
passei-os na solidão,
minha vida já é anciã
Instantes de sonhos
planejando a utopia!
Instantes medonhos,
calando a alegria!
Instantes fugidios
que vejo passar,
me causam arrepios:
não os posso parar!
Quisera deixá-los
para a felicidade...
Quem pode amá-los?
São ironias da verdade!
Instantes vazios
que me veem envelhecer
e eu, arredio,
sem nada poder.
Os pássaros, tão livres,
passeiam no firmamento...
As flores, tão belas,
nascem livres, ao relento...
Meus instantes sofridos
quase todos perdidos,
eu os protesto e os lamento!
INSATISFAÇÃO
23/03/14
G-92
Esta insatisfação que me oprime
mistura-se com o sublime
de perceber a vida eterna!
Êxtases e agonias,
tristezas e alegrias,
miscelânea que me consterna!
Simples é a vida
com subidas e descidas,
antipatias e amizades fraternas...
É um cadinho de emoções,
partindo corações,
saudades, dores internas!
Toda essa luta é externa:
dentro de mim, desde criança,
reside, vive e reina
a esperança!
O ÚLTIMO ADEUS
30/03/14
G-94
Seus olhos se fecharam,
o último adeus!
Seus lábios se calaram...
as palavras cessaram...
Despedidas...quantas fizera?
Quantas ausências tivera?
Alegres e tristes momentos,
alegrias e sofrimentos,
orações e retomadas,
rótulas calejadas...
Uma vida se foi,
perdendo tudo o que recebera,
levando tudo o que perdera!
MINHA MORTE
20/09/2014
G-126
O Além me sorriu,
minha alma partiu,
ao céu eu cheguei,
Entre anjos eu fiquei,
meus parentes me rodearam,
meus pais avistei.
Minha mãe me sorriu,
seus braços ela abriu,
e eu a abracei.
A felicidade estampada
nas faces marcadas
por suave ternura!
Nem males, nem agruras,
nem qualquer coisa impura,
eu lá avistei.
A paz completa,
de alegria repleta,
gentilezas sinceras.
O amor lá impera,
amizade sincera,
atitudes singelas!
Nenhuma falsidade,
nenhuma maldade,
nenhuma obsessão!
Os bons desejos satisfeitos,
com todo o respeito,
nenhuma opressão.
No céu não vi maldade,
nenhuma crueldade,
não vi pecado algum!
De repente, um sobressalto,
caí lá do alto,
me vi no meu colchão!
Era tudo um sonho,
mas fé nele eu ponho!
Creio nessa revelação!
Vale a pena lutar,
vale a pena amar,
vale a pena ser santo!
O céu nos espera,
iniciando uma nova era,
de alegria e encanto!
A VELHICE CHEGOU!
20/10/2014
G-132
A velhice chegou,
o cântaro se quebrou,
as pernas se enfraqueceram!
Meu cabelo embranqueceu,
meu ânimo arrefeceu,
minha esperança aumentou!
Me chamam de “bom velhinho”,
me fazem carinho,
me tratam como criança!
Meus colegas antigos
ou estão em abrigos,
ou já são nomes de ruas!
Acabaram-se as festanças,
aumentaram as lembranças,
abundância de agruras!
Entretanto, um consenso:
das coisas em que penso,
a maioria me consola!
Fiz muitas coisas boas,
nunca fiquei à toa,
só o céu espero agora!
E O CÉU SORRIU!
17/11/2014)
G-140
Momento sublime!
Maria foi gerada
no seio de Sant'Ana.
Os anjos festejaram,
os arcanjos cantaram,
Deus deu um sorriso!
De Maria nasceu Jesus,
num facho de luz,
que salvou a humanidade!
Jesus morreu,
o céu se entristeceu,
até que a alegria
voltou com a ressurreição!
Maria, sozinha,
aguardava, com São João,
a sua assunção.
O céu, silencioso,
aguardava, ansioso,
a chegada de Maria!
No dia determinado,
com o corpo cansado,
Maria se despediu
de João e dos amigos,
e morreu.
Seu corpo, iluminado,
de repente sumiu,
desapareceu!
Chegada ao céu,
que alegria!
Todos saudavam Maria!
Os anjos cantavam, voavam,
faziam estripulia!
Uma coisa digo a esmo:
depois que lá chegou Maria,
o céu nunca foi o mesmo!
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