POESIAS - NATUREZA 10
A CACHOEIRA
22/05/16
D-276
Águas tranquilas, cachoeira fara,
em tudo se farta o meu coração!
Céu de verão, limpo e azulado,
estou isolado, tudo é canção!
Nessa beleza Deus se apresenta,
minh' alma não aguenta de tanta emoção!
Faço-me irmão, dou um belo grito,
olho o infinito, elevo as minhas mãos!
Horas tão ternas, tarde amena,
minha face serena volta a sorrir!
Mas preciso partir, voltar ao meu mundo,
tão moribundo, quase a falir!
A poluição me atormenta,
minh'alma não aguenta,
vou demorar a sorrir!
A CACHOEIRA E A CIDADE
16/06/16
D-282
Cachoeira, pedra, céu azul...
Da relva contemplo o infinito!
Minha mente, de norte a sul,
embrenha-se no que há de mais bonito!
A liberdade banha o meu ser,
a alegria me invade o coração!
Tudo em volta faz-me crer
no grande poder da oração!
Oração, amizade com Deus,
deixar-se amar pelo divino!
Irmanar-se com os filhos Seus,
o céu é o nosso único destino!
O sol ensaia o ocaso,
as estrelas aguardam nos bastidores
De lágrimas tenho os olhos rasos,
vejo minhas últimas flores!
De volta à cidade eu lamento,
enfrento, outra vez, a poluição!
Tudo é cinza, tudo é cimento,
se aperta muito o meu coração!
As horas felizes são rápidas,
as horas tristes, vagarosas,
mas a oração, nas mentes plácidas,
tornam a vida saborosa!
RIO DESPOLUÍDO
03/07/16
D-286
Não me importo se o mundo é imundo,
ambicioso e sofisticado!
Meu amor por Deus é profundo,
e tenho Maria ao meu lado!
O rio nasce limpinho,
águas claras, perfumado,
mas se polui no caminho,
sem peixes, fétido, desolado.
As peripécias das corredeiras,
as pedras, a oxigenação,
o despoluem de tal maneira
que chega ao mar sem poluição.
O mar o abraça dizendo:
“Que beleza de rio limpinho”!
Mas não o vira fedendo,
quando estava bem sujinho!
Nossa vida é assim!
Os sofrimentos purificam!
Acreditem em mim,
Os espinhos nos santificam!
NEM ROSAS, NEM JARDIM
11/07/16
D-288
As rosas que plantei no meu jardim
enfeitam e perfumam meu caminho!
Tudo o que há dentro de mim
já se feriu com seus espinhos!
Seu perfume compensa a dor,
sua beleza me ajuda a caminhar.
A anestesia é sempre o amor,
a graça divina me ensina a amar.
Ora! Não tenho nem rosas nem jardim,
tenho apenas um caminho a seguir!
E sem nenhum espinho, enfim,
conduzo-me ao céu, que não demora a vir!
NUM ÁRIDO DESERTO
10/07/16
D-289
O jovem se vê num árido deserto,
caminhando sozinho, na imensidão.
Olha para os lados, ninguém por perto,
se lhe aparta do peito o coração.
Olha para o alto, nuvem alguma,
sol escaldante, boca ressecada,
não sabe mais pra onde ruma,
sua alma se encontra destroçada.
Seus lábios não conseguem rezar,
num labirinto se encontra sua mente!
A esperança resolveu o abandonar,
ele não sabe mais o que pensa ou sente!
Cai no chão, sem forças, prostrado,
por mais que não queira, vê-se a morrer!
Nada mais decide, está frustrado,
derrotado, sente todo o seu triste ser!
Este era o momento tão aguardado,
talvez só agora Deus pudesse agir!
De um modo bastante inesperado,
um lindo oásis se fez surgir!
Esta é a analogia de tantas vidas,
que se perdem no deserto da existência!
Só em Deus temos chance e guarida,
só nele tempos força e clemência!
SEM RUMO
28/07/16
D-292
Sem rumo, na estrada ensolarada,
coração apertado, mente angustiada,
ele caminhava.
Seus passos preguiçosos, incertos,
cada flor ali por perto,
simplesmente murchava.
Aos poucos o sol se escondeu,
a pouca esperança morreu,
ele chorava.
A chuva inesperada começou,
seu corpo cansado tropeçou,
caiu na enxurrada.
De repente ele acordou, era um sonho
Disse a Deus: “Eu proponho
agradecer minha vidinha abençoada”!
MAIS UMA TARDE
27/08/16
D-305
Mais uma tarde de inverno
despede-se da cidade.
Nas casas, o calor interno,
pessoas, várias idades.
Na roça as galinhas se acomodam
em seus quentinhos poleiros...
Os grilos e as rãs acordam
para os barulhos costumeiros!
O frio aumenta o rigor,
as mantas são desdobradas!
Só não se esfria o amor
de cada família tão amada!
O sol desponta, radiante,
café, leite e pão tão quentinhos!
Todos, então, vão adiante,
em seus calejados caminhos...
Mais um dia de inverno
se inicia, com as bênçãos do Eterno!
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