POESIAS - NATUREZA 11
A ÁRVORE E A ESTÁTUA
28/08/16
D-307
Meu olhar se perde na árvore
cujas folhas o vento acaricia.
Ao lado, uma estátua de mármore
mostrando a Virgem Maria.
Duas mães tão diferentes
alegram os olhos meus:
a árvore, que gera as sementes,
Maria, que gera o próprio Deus!
O vento aumenta, as folhas ele chacoalha,
mas não consegue atingir a imagem.
Se a árvore ele atrapalha,
em Maria, ele é simples aragem!
Assim vejo nossa vida!
Sem Deus a brisa é um tufão.
Mas se em Deus minha vida é inserida,
em suave brisa se torna o furacão!
AS ÁGUAS
21/09/16
D-316
As águas que podem afogar
são as mesmas que podem dar a vida.
As mãos que podem afagar
podem também causar ferida!
A hipocrisia grita alto
na sociedade tão perdida;
meu coração, em sobressalto,
busca essa paz tão querida!
Só em Deus a água é pura,
só nele encontro guarida!
Nele a humana criatura
sempre pode ser inserida.
Minhas mãos agradecidas
pedem a Deus noite e dia,
que por ele sejam recebidas
minhas dores e alegrias
Uma só coisa eu peço
a Deus, nosso senhor:
garantir o meu ingresso
no mundo sincero do amor.
A PRIMAVERA DO ENDIVIDADO
24/09/16
D-318
A primavera chegou
e, com ela, a esperança!
No ano que quase findou
a alegria é uma constância!
O fim do ano já está aí,
é hora do balancete!
Eu ainda estou aqui,
fazendo o mesmo macete!
Minhas contas, no vermelho,
ainda aguardam pagamento.
É como querer matar um coelho
com um golpe de jumento!
A primavera é florida,
encontrarei um bom emprego!
Pagarei as minhas dívidas
e, enfim, terei sossego.
Eu amo a minha vida,
seja ela como for,
com superávit ou com dívida,
basta-me, a mim, o Senhor!
OS CAMPOS FLORIDOS
08/10/16
D-320
Na tarde amena de céu azul
a primavera começou a reinar,
e, de leste a oeste, norte a sul,
enche de flores todo lugar.
Há perfumes diversos na atmosfera,
há fragrâncias sutis nos verdes jardins!
E eu, aprisionado nesta longa espera,
percebo a esperança se esvair de mim.
Os risonhos campos floridos
que vejo ao longo do o caminho
desembaraçam os minutos doloridos
e me consolam com um copo de vinho.
Confortado com tanta beleza
sento-me e me ponho a contemplar,
até que um impulso dado com firmeza
me impele outra vez a caminhar.
Caminho árduo, árido e sofrido,
tão diferente dos campos marginais!
Com o impulso desse Deus tão querido,
sigo o caminho e deixo tudo o mais.
A NUVEM E O CAMINHO
29/10/16
D-333
A nuvem que se perde no horizonte
não se perde! Em chuva se transforma!
O caminho que eu vejo a mim defronte
não é mau, mas às vezes me transtorna!
A nuvem vira chuva mais além,
no caminho, desvios e retas se alternam.
Preciso ir sempre adiante, porém
as pedras e os obstáculos me consternam.
Enfrentar um caminho tão incerto
é melhor do que ficar aqui parado!
Se eu tiver Jesus Cristo sempre perto,
nunca ficarei decepcionado!
As nuvens que por aqui passaram,
nunca mais para cá retornarão!
O passado e as peripécias que grassaram
são como as nuvens, nunca mais voltarão!”
Quando novos infortúnios nos acharem
estaremos para a luta preparado!
Todos os que em Jesus não desanimarem
em seu amor serão sempre abençoados.
O ARREBOL DO OCASO
29/10/16
D-334
A labuta do dia fora tanta!
Que cansaço seu corpo refletia!
Um banho repousante, que “água santa”!
Hora do Ângelus, da Ave-Maria.
Sentada na cadeira de balanço,
contemplou o crepúsculo dourado,
era sua hora sagrada de descanso,
momento em que por ela, Deus era adorado.
As lágrimas lhe corriam pela face,
as preces lhe brotavam sussurrantes!
Ficou ali até do o ocaso o desenlace,
“a beleza de Deus, deve ser estonteante!”
Deve ser maravilhoso, com certeza,
Deus, criador de tão lindo pôr do sol!
Ela se extasia com tanta beleza,
da aurora ao ocaso, as nuanças do arrebol.
Minutos que valem a eternidade,
instantes que renovam todo o seu ser.
Volta à sua lide, com muita bondade,
seu sorriso diz que vale a pena viver!
O GIRASSOL ESPERANÇOSO
05/11/16
D-335
Ouço os últimos acordes do sol
neste dia que termina,
acompanhado pelo girassol,
que humildemente se entristece e se inclina.
Qual maestro regendo uma sinfonia,
essa flor se iguala a uma alma pura
que, imersa em silente alegria,
pede a Deus por toda criatura.
Silêncio profundo que emerge e domina,
abafando o piar dos muitos pardais!
É toda a natureza que se atina,
no mar, na terra, nos quintais!
Já é noite. O girassol se angustia
por ter perdido o astro luminoso!
Sem o seu calor entra em agonia
como a mulher que perde seu esposo.
Quando a esperança já chegara ao fim,
folhas murchas, sem nenhum acerto,
eis que o sol reaparece, enfim,
para mais um caloroso concerto.
O girassol se reanima e se aquece,
volta para a luz todo o seu olhar,
de cores e euforia a todos enriquece,
ensinando aos que sempre estão em prece,
que Deus é incapaz de nos abandonar!
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