POESIAS - ESPERANÇA, ENVELHECIMENTO 06
VAIDADE, TUDO PASSA!
(18/01/15)
G-149
Pele lisinha,
cabelos sedosos,
sempre vizinha
dos mais famosos!
Atriz famosa,
amores à beça,
sempre charmosa,
de peça em peça!
O tempo, bandido,
passou sorrateiro,
deixando perdido
o viço, por inteiro.
As rugas abundantes,
a juventude disse “adeus”,
os olhares arrogantes
abandonaram os olhos seus.
Deposta a vaidade,
uma coisa lhe restou:
o pouco de bondade
que se lhe acompanhou.
As atrizes espertas
souberam envelhecer!
Sempre foram abertas
das rugas, o aparecer!
Às plásticas não se renderam,
conservam a idade real!
Papéis novos lhes apareceram,
exigências do “script” ideal.
As vaidosas, coitadas,
totalmente esticadas,
não servem para mais nada!
Suas antigas famas...
...desceram a escada!
O TEMPO PASSOU
(01/02/15)
G-150
As primaveras se passaram
nos jardins de minha ermida.
Anos que mudaram
a moldura de minha vida.
Os cabelos castanhos,
brancos se tornaram;
na pele lisa de antanho,
as rugas se formaram.
Após dez outonos
à terra amada voltei,
revi os santos patronos
de igrejas em que fiquei.
Tudo então mudou:
as pessoas envelheceram!
Tudo se transformou,
nem todos me reconheceram!
A vida é só um instante
que passa velozmente;
a dúvida constante:
amamos realmente?
Fiz falta a alguém?
Alguém sentiu saudade?
Os abraços e os sorrisos contêm
Algum pouco de verdade?
AGORA
(09/02/15)
(Homenagem a Sta. Faustina Kowalska)
G-154
Nada faço, nada penso,
se não por agora!
Não mais o passado,
o futuro demora!
O que vejo neste instante
é tudo o que eu tenho;
seja a alegria constante,
seja da cruz o lenho!
Ó agora verdadeiro!
Eu o quero por inteiro!
ENREDO
(15/02/15)
G-156
Busco um bom enredo
para a história de mim mesmo,
que não tenha nenhum segredo,
que me retrate a esmo!
Embora procurasse,
nenhum enredo encontrei
que alegria me causasse,
e que pelo qual nunca chorei!
As estradas de minha vida
foram todas esburacadas,
cheias de luta renhida,
cercadas de barricadas!
No meio de tudo, entretanto,
vejo, numa luz admirável,
alguém que me convida a ser santo,
com um gesto bem amável!
Aceito a parada
e, no perdão e no amar,
conserto a estrada,
e continuo a caminhar.
Agora encontrei o enredo!
Eu sou o de Deus sempre amado!
Caminho, mas não mais com medo,
com o incentivo de seu agrado!
O CÃOZINHO DO VELHO
(22/02/15)
G-161
Céu nebuloso, nuvens pesadas,
lembranças escondidas,
tribulações passadas,
agora refletidas,
embora não amadas!
Em chuvas desabado,
o céu agora sumiu!
Sem luz, tudo nublado,
o coração do velho se partiu,
lembrou-se do passado,
que tão pouco lhe sorriu!
Sozinho e abandonado,
suas esperanças ruíram!
Os seus, por ele amados,
entre os dedos se esvaíram!
Só lhe restou um cãozinho,
fiel companheiro e amigo,
que sempre lhe faz um carinho,
como quem diz: “Estou contigo!”
E SE...?
(18/04/2015)
G-176
E se eu tivesse ido?
E se eu não tivesse feito?
E se eu não tivesse perdido?
E se eu tivesse dado um jeito?
E se...?
E se...?
E se...?
Nossa vida se passa no tempo do agora!
Qualquer desgraça,
deixe no outrora!
Pedir perdão,
recomeçar,
dia a dia,
vez por vez,
sem ficar a relembrar,
sem tantos talvez,
talvez,
talvez...
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