POESIAS - A CRIAÇÃO 02
PITOCO, NOSSO CÃOZINHO
(22/02/15)
F-160
Pitoco, que saudade!
Que falta você nos faz!
A sua lealdade
muitas lembranças nos traz.
De ratos matador rijo,
você ia correndo os pegar!
Na terra, seu esconderijo,
ninguém os podia encontrar.
Correndo chegava da rua,
não comia da marmita,
nem carne cozida ou crua,
deixando sua dona aflita.
Ração! Eis o que ela lhe dava,
você comia obrigado!
Pois o que lhe agradava,
era um ratinho assustado!
Cachorrinho tão amado,
ninguém sabe seu paradeiro!
Saiu daqui apressado,
perdeu-se por inteiro!
Sua caminha, agora gelada,
já foi antes tão quente!
Você foi a mais amada
das criaturas “não-gente”!
O PEIXINHO
26/01/16
F-249
O peixinho, logo que nasceu,
viu seu irmão ser comido
por um peixe que ali apareceu
e fugiu, apavorado, esbaforido
De esconderijo em esconderijo
nosso peixinho tornou-se um peixão,
de vontade era forte e rijo,
não iria se alimentar dos irmãos!
Certo dia, entretanto,
a fome foi mais forte e voraz,
e, sem nenhum conquanto,
de devorar peixinhos foi capaz!
Na vida isso se repete,
a maldade, difusa, é um tormento!
ser mau dá manchete,
o irmão é feito alimento!
INFELIZMENTE
12/03/16
F-261
Infelizmente vejo o mundo,
antes bonito e formoso,
agora estéril e imundo,
tão triste e tão choroso!
Peço a Deus que nos perdoe,
que nos faça ver essa besteira
que ele um dia nos abençoe
por termos salvo a terra inteira!
O PERCEVEJO, O PERNILONGO, A ARANHA
13/03/16
F-264
O percevejo e o pernilongo se juntaram
diante de uma faminta aranha.
Entre eles, diante dela apostaram
quem mais sangue chuparia, uma façanha!
Um coitado ali por perto
foi chupado a mais não poder,
mas só quando ficou desperto
viu que nada mais podia fazer!
Satisfeitos e engordados,
subiram na balança, como dantes.
O percevejo ganhou estourado,
tinham a aranha por comandante.
Ela cumprimentou os dois,
que entraram na negra teia.
Mas a aranha não deixou pra depois,
comeu os dois, que coisa feia!
Afinal, essa aranha assanhada
foi a única que ganhou a parada!
O PATINHO
03/08/16
F-297
O patinho picou o ovo e nasceu
debaixo da galinha, de repente.
A galinha, de susto, quase morreu,
ao ver aquele bico tão diferente.
Todos nascidos, o ninho deixaram,
a galinha os fazia comer.
O patinho, quando terminaram,
dirigiu-se ao lago, a correr.
Nadava tão bem o pestinha!
Os demais se entretinham a brincar,
mas dava até dó ver a galinha
chamando o patinho, ao vê-lo nadar!
O MARREQUINHO
08/10/16
F-321
O marreco perguntou pra marreca
onde estava o marrequinho.
A marreca respondeu pro marreco
que ele devia estar lá no ninho.
O marreco foi lá, de fininho,
e encontrou o filhote dormindo.
Bicou-o de leve, com carinho,
e saiu dali, todo sorrindo.
Mal o marreco foi embora,
fingindo que estava o marrequinho,
do ninho logo deu o fora
e foi brincar com o passarinho.
No fim do dia, todos cansados,
cada um foi pro seu ninho.
O marrequinho, fatigado,
de tanto brincar com o passarinho.
O GALO E A GALINHA
09/10/16
F-322
O galo perguntou à galinha:
“onde está o meu esporão”?
A galinha ficou quietinha,
o galo disse um palavrão.
Procurou em quantas coisas tinha
mas nada encontrou.
Foi de novo até à galinha
e delicadamente perguntou:
“Querida esposa minha,
onde você colocou o meu esporão”?
Enfadada, respondeu a galinha:
“O seu esporão? Eu coloquei no feijão”!
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